quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Bulívia, Evo y otras cositas más

Mui recentemente foi visitar nosso país vizinho - Bolívia, ou Bulívia, como se diz em Corumbá. E já adianto: que experiência fantástica! Tinha uma grande vontade de comprar um jornal de lá e expôs nesse blog tudo "que se pasa" naquela república. Não deu. Me disseram que o clima político estava esquentando, 5 das 9 províncias estavam prestes a proclamar suas autonomias. A data prevista era 15 de Dezembro, e segundo meus planos, eu estaria cruzando a fronteira para o Peru, às margens do Lago Titicaca. Disseram também que o presidente tem mania de fechar as fronteiras, aí fica que nem naquela histórinha inventada pelo filho do Érico Veríssimo: "ninguém sai". Esse dia se aproxima e eu, graças a Deus e a alguns probleminhas com documentação, já voltei para a casa de papai e de mamãe, onde estou bem mais protegido.

A primeira vez que cruzei a fronteira de carro, já veio correndo um "chico" gritando: "Gasolina, gasolina". E não tem como recusar: no Brasil, o litro custa dois reais e oitenta centavos; na Bolívia, "un y ochenta". Lá eles aceitam Real, Boliviano, Dólar, tudo. Trouxe até uns 11 pesos bolivianos pra casa de lembrança, não coleciono. Em Corumbá, a cidade fronteiriça, capital do Pantanal, tomei umas cervejinhas com uns bolivianos que comemoram a conclusão do que no Brasil chamamos de Ensino Médio. Me explicaram que Evo quer colocar uma nova constituição no país sem o apoio da oposição. Eles eram de Santa Cruz de La Sierra, cidade que eu pretendia conhecer e capital de umas das províncias que quer autonomia. Conversei muito com as bolivianas, pedi para "tutear" com elas e ainda falei que faziam o "voseo", que foi muito difícil pra elas entenderem, confudiram com "boxeo" e com "buceo", mas vocês também devem estar confusos com essas histórias de gramática espanhola e só entendeu alguma coisa quem já estudou espanhol. Dancei um forrózinho com elas e gritei cantando "É disso que o velho gosta" com um sotaque bem gaucho.

Os bolivianos são um povo que admirei muito. Comprei até camisa da Seleção. E digo mais: por 200 reais, comprei um MP4 1GB, um Red Label, um Black Label e um perfume Ferrari. Tomei a cervejas deles: muito boa, recomendo a todos "La Paseña" e ainda trouxe duas pra casa pro meu pai experimentar. Isso tudo em Puerto Quijarro, que as coisas são caras, dizem que é melhor em Puerto Suarez. Já Corumbá de dia é dos bolivianos, mas de noite, é dominada por drogas e prostituição. Muito coroa paulista pagando 200 conto por putinha de esquina, e nas outras esquinas o pessoal fumando tal da "base", como eles chamam o crack, ou em pipa ou em cachimbo, ou até "pitile", quando é em papel.

Tudo isso, tendo como fundo o belo alagado da planície brasileira, o pantanal sul-matogrossense e as águas do Rio Paraguay. Digo que, terminada essas confusões políticas, e agora vacinado nos dois sentidos, em 2008 essa viagem se concretiza, e quem quiser vir, já vai arrumando as malas... êta Macchu Picchu véio ruim de achar, meu Deus!

4 comentários:

jedson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jedson disse...

humm...fui na Bolivia nao sei por que sempre que visito algo fico com muito otimismo e so enxergo os lados bons....achei tudo que conheci la fantástico e barato comprei algumas bugigangas com meros R$10 nos anos 2000 valia muito deu para comprar uma carteira com o nome Bolivia,um chaveiro e um prato de aluminio pequeno com o nome Bolivia...que ate hoje guardo

Ingenium disse...

O que eles falam dos brasileiros?? Ouvi dizer que os paraguaios, p.ex., se ressentem dos brasileiros por causa da guerra... já no Chile, perguntei pra um cara qual era o país vizinho mais 'amigo', Argentina, Peru ou Bolívia... e ele disse: Brasil, pq brigamos com todos os vizinhos. Hehehe

Pedro Roney disse...

Digo o que eles dos brasileiros:
Sem ressentimentos. Estudo com 2 bolivianos de La Paz na Academia Militar. Somos países realmente amigos, porque a questão Brasil-Bolívia foi uma das poucas questões resolvidas pacificamente naquele país. A Bolívia era um país imenso e foi perdendo terra para todos os seus vizinhos. E completo, os chilenos realmente são os mais odiados. Há até uma música cantada pelo "Ejército Boliviano" que diz:

"Quiero bañarme en una picina
Llena de sangre, sangre de chileno!"