sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

De repente. Não mais que de repente.

Não se esperava. Veio como uma torrente avassaladora.
O acidente. A notícia. Tudo de mais aterrador e qualificador que se pode existir para deixar uma morte o mais trágica possível. O modo, a circunstância, o dia. É inexprímivel a dor e o consolo. Na verdade, este não existe.

A família CMF, quem já passou por essa instituição sabe o que isso significa, perdeu um dos seus grandes ícones, o sub Tietre. Muitos anos monitor, amigo. Fez por muito de nós , quando viabilizou passeios, viagens, experiências incríveis às quais muitos alunos do "militar" jamais teriam acesso caso a mão confiável e cuidadosa desse amigo não estivesse presente e atuante. Puniu quando devia, não se eximiu de suas responsabilidades como cidadão e militar.

Para quem sofre com a falta, resta agarrar-se a uma crença indispensável para todos: de que a morte não é o fim. A morte é só mais uma etapa. Devemos crer que nasceremos e morreremos. Renasceremos em diversas vidas para corrigir nossos defeitos.

Não há culpados nem responsáveis. Ninguém merece tal fardo. Ele foi porque devia ir, como se diz " chegou a hora". A vida é um eterno aprendizado, é um sopro, é uma viagem de trem. Escutamos sempre essas metáforas. Mas são nesses "lugares-comuns" que encontramos a definição e o suporte para prosseguir.São eles a expressão lapidada do turbilhão de pensamentos e recordações que explodem em momentos desesperadores. Pense em quem se foi.Pense nos seus amigos e familiares. Pense em você. Chore, muito. Não perda a glória de chorar. Não esqueça nem remoa o passado. Reflita, elabore, compreenda. Reestabeleça-se. A vida não acabou. Você deparou-se somente com um dos lados dela, a partida. Meus pêsames, Chá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Apesar de eu nao gostar od s lugares-comuns, como "era a hora dele(a)", nunca tinha pensado nisso como algo que "nos dá suporte para prosseguir". Visão interessante.

Sinto muito pela perda.